segunda-feira, 31 de dezembro de 2012
sábado, 29 de dezembro de 2012
terça-feira, 25 de dezembro de 2012
sábado, 22 de dezembro de 2012
quinta-feira, 20 de dezembro de 2012
NATAL 2012 (meu e das gatinhas)
Saber viver é vender a alma ao diabo |
Gosto dos que não sabem viver, dos que se esquecem de comer a sopa ((Allez-vous bientôt manger votre soupe, s... b... de marchand de nuages?») e embarcam na primeira nuvem para um reino sem pressa e sem dever. Gosto dos que sonham enquanto o leite sobe, transborda e escorre, já rio no chão, e gosto de quem lhes segue o sonho e lhes margina o rio com árvores de papel. Gosto de Ofélia ao sabor da corrente. Contigo é que me entendo, piquena que te matas por amor a cada novo e infeliz amor e um dia morres mesmo em «grande parva, que ele há tanto homem!» (Dá Veloso-o-Frecheiro um grande grito?..) Gosto do Napoleão-dos-Manicómios, da Julieta-das-Trapeiras, do Tenório-dos-Bairros que passa fomeca mas não perde proa e parlapié... Passarinheiros, também gosto de vocês! Será isso viver, vender canários que mais parecem sabonetes de limão, vender fuliginosos passarocos implumes? Não é viver. É arte, lazeira, briol, poesia pura! Não faço (quem é parvo?) a apologia do mendigo; não me bandeio (que eu já vi esse filme...) com gerações perdidas. Mas senta aqui, mendigo: vamos fazer um esparguete dos teus atacadores e comê-lo como as pessoas educadas, que não levantam o esparguete acima da cabeça nem o chupam como você, seu irrecuperável! E tu, derradeira geração perdida, confia-me os teus sonhos de pureza e cai de borco, que eu chamo-te ao meio-dia... Por que não põem cifrões em vez de cruzes nos túmulos desses rapazes desembarcados p'ra [morrer? Gosto deles assim, tão sem futuro, enquanto se anunciam boas perspectivas para o franco frrrrançais e os politichiens si habiles, si rusés, evitam mesmo a tempo a cornada fatal! Les portugueux... não pensam noutra coisa senão no arame, nos carcanhóis, na estilha, nos pintores, nas aflitas, no tojé, na grana, no tempero, nos marcolinos, nas fanfas, no balúrdio e ... sont toujours gueux, mas gosto deles só porque não querem apanhar as nozes... Dize tu: - Já começou, porém, a racionalização do [trabalho. Direi eu: - Todavia o manguito será por muito tempo o mais económico dos gestos! * Saber viver é vender a alma ao diabo, a um diabo humanal, sem qualquer transcendência, a um diabo que não espreita a alma, mas o furo, a um satanazim que se dá por contente de te levar a ti, de escarnecer de mim... Alexandre O´Neill Poesias Completas 1951/1981 Biblioteca de Autores Portugueses |
terça-feira, 18 de dezembro de 2012
sexta-feira, 14 de dezembro de 2012
quinta-feira, 13 de dezembro de 2012
... VIAJO PORQUE PRECISO...
Hoje recebi esta prendinha pela manhã. De uma velha amiga que um dia me "apagou" porque não me entende politicamente...
Mas a sensibilidade sempre se reconhece e fica.
Amei.
terça-feira, 11 de dezembro de 2012
segunda-feira, 10 de dezembro de 2012
domingo, 9 de dezembro de 2012
sexta-feira, 7 de dezembro de 2012
quinta-feira, 6 de dezembro de 2012
segunda-feira, 3 de dezembro de 2012
quarta-feira, 28 de novembro de 2012
faz HOJE 62 anos o Amigo PEDRO BARROSO
E, APESAR DE CASA CHEIA NO RIVOLI- PORTO, ainda não viu a cor do dinheiro que tem direito a receber... coisas do meu país... cada dia mais triste e menos país...
sábado, 10 de novembro de 2012
segunda-feira, 5 de novembro de 2012
Budapest - Pearl of the Danube
POIS É. Acho mesmo que a idade nos traz outras capacidades de escolha e de opções de vida.
Este ano decidi que o meu aniversário é para aproveitar vivendo as alegrias e fazendo as coisas de que mais gosto. Viajar é uma delas.
Como não sou rica, nunca fui, tenho sempre de me cingir ao que posso fazer. Geralmente no meu aniversário arranjava sempre forma de ir jantar fora, ou seja, tinha sempre amigos que me convidavam para jantar.
Desde que vim para a Holanda, há 4 anos e meio, que mantive a tradição. No 1º ano fui a Portugal e passei-o com o meu filho em Bragança.
Mas, hellas, acabou por se transformar numa viagem muito triste pois foi o desfazer de um sonho de amor que eu pensava que iria ser para toda a vida... Enganei-me. Enganaram-me. Talvez um dia escreva sobre isso...
Quando regressei à Holanda (onde já estava há 6 meses e tinha uma bela vida, de trabalho duro mas recompensado) decidi quando o avião levantou voo que a Manela existente até aí ficaria enterrada em Ovar.
Com a desilusão vivida. E eis que nasceria uma nova Manela mais virada para si mesma e para viver a vida.
Foi o que fiz desde então. Nem sempre a saúde ajuda e tive de parar o trabalho, o que me trouxe, como é evidente, mais dificuldades económicas. Mas, como os meus desejos, sonhos e projetos de vida também se tinham alterado, nada que me tirasse a alegria das pequenas coisas da vida que cada dia mais aprecio.
Pois este ano proporcionou-se mesmo, uma viagem de avião ida e volta durante 4 dias por 20 euros não é coisa a menosprezar: e lá vou eu (com uma amiga) para Budapeste. Hotel para a estadia, tb conseguimos por 30 euros (os 3 dias e com direito a podermos cozinhar).
Pelo facto de ter sido operada há quase 1 mês ao joelho esquerdo, não poderei fazer grandes caminhadas - o que eu adoro - mas certamente poderei usufruir dos meus dias duma forma calma e visitando um pouco desta linda cidade até agora desconhecida por mim.
A amiga com quem vou (Wilma Vieira), é muito solidária e temos sido um grande apoio uma da outra nestes anos de Holanda. Temos gostos comuns no que se refere a viajar e a tirar o melhor partido do que este país nos oferece. Ambas nos sentimos extremamente bem na Holanda e, se arrependimento temos, é o de não termos vindo há mais tempo. Foram muitos anos de viver mal em Portugal sem meios económicos para fazer face à vida apesar de sempre termos trabalhado... e muito!
57 anos! Uma idade que, muito sinceramente, jamais pensei atingir... Tenho algumas decisões para os próximos 3 anos. Até aos 60.
Quero aprender a ser uma pessoa vulgar, comum e simples. Viver mais de acordo com a natureza, com valores universais e com muita alegria. Viver sem preocupações de sobrevivência e de possuir seja o que for. Viver apenas. E sorrir sempre.
É o meu desafio.
sábado, 3 de novembro de 2012
quinta-feira, 1 de novembro de 2012
sexta-feira, 26 de outubro de 2012
terça-feira, 23 de outubro de 2012
sexta-feira, 19 de outubro de 2012
quarta-feira, 17 de outubro de 2012
sábado, 6 de outubro de 2012
terça-feira, 2 de outubro de 2012
sábado, 22 de setembro de 2012
segunda-feira, 10 de setembro de 2012
terça-feira, 4 de setembro de 2012
segunda-feira, 3 de setembro de 2012
sábado, 1 de setembro de 2012
sexta-feira, 24 de agosto de 2012
domingo, 19 de agosto de 2012
segunda-feira, 13 de agosto de 2012
quinta-feira, 9 de agosto de 2012
quinta-feira, 2 de agosto de 2012
domingo, 15 de julho de 2012
sexta-feira, 13 de julho de 2012
segunda-feira, 9 de julho de 2012
sábado, 7 de julho de 2012
domingo, 1 de julho de 2012
segunda-feira, 25 de junho de 2012
segunda-feira, 18 de junho de 2012
Utopía por Eduardo Galeano
18 DE JUNHO DE 2012
Ainda a propósito das eleições da Grécia:
Baralha e volta a dar... está tudo igual, na minha modesta opinião. Tirando o desgaste e a tristeza estampada em murais no facebook.
Só gostava de tentar perceber porque é que a democracia burguesa e ao serviço do sistema é condenada umas vezes e elogiada e/ou empolgada noutras...
Nunca as eleições resolveram nada em lado nenhum do mundo. Podem trazer patamares interessantes para as lutas a travar: ver exemplo das eleições ontem em França e que permitirão (já com resultados visíveis) algumas cedências do capitalismo.
Mas jamais serão determinantes para a sociedade justa, livre e independente que nós revolucionários de sempre queremos e lutamos!
Quando se fala em Syriza até parece que se está a falar de milagres... e agora que o milagreiro perdeu há que acusar o KKE ... esqueceram-se de acusar a abstenção (por exemplo) que é bem mais representativa em números.
Vamos continuar a lutar pelo mundo que queremos e chamá-lo pelo nome certo: contra o capitalismo, pela liberdade, pela independência.
Em que a única coisa que distinga as pessoas seja o conhecimento, a vontade e a liberdade.
Uma sociedade nova e um Homem novo.
sábado, 16 de junho de 2012
quinta-feira, 14 de junho de 2012
terça-feira, 5 de junho de 2012
quarta-feira, 30 de maio de 2012
terça-feira, 29 de maio de 2012
quinta-feira, 24 de maio de 2012
segunda-feira, 21 de maio de 2012
terça-feira, 8 de maio de 2012
segunda-feira, 7 de maio de 2012
Stadhuis - ROTTERDAM
a cerimónia de homenagem realiza-se a 4 e 5 de Maio, com a presença do Presidente da Câmara e muita gente. Isto foi filmado dia 7 cerca das 12 horas.
sexta-feira, 4 de maio de 2012
4 de Maio 2012 - Rotterdam
Homenagem aos mortos da 2ª Guerra Mundial - pouco antes das 20 horas.
Ás 20 horas - 2 minutos de silêncio
sexta-feira, 20 de abril de 2012
quarta-feira, 7 de março de 2012
quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012
quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012
segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012
sábado, 18 de fevereiro de 2012
sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012
quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012
O jogo do mundo
"O jogo da macaca joga-se com uma pedra que tem de se empurrar com a biqueira do sapato.
Ingredientes: um passeio, uma pedra, um sapato e um belo desenho feito com giz, de
preferência colorido.
O Céu está lá ao fundo e a Terra aqui em baixo, é muito difícil acertar com a pedra no Céu,
calcula-se quase sempre mal e a pedra sai do desenho. Pouco a pouco, no entanto, vai-se
adquirindo a habilidade necessária para acertar em todas as casas (a macaca em caracol,
rectangular, de fantasia, pouco utilizada), e um dia aprende-se a sair da Terra e a levar a pedra
até ao Céu, até chegar ao Céu (…); o problema é que é precisamente nessa altura, quando
quase ninguém aprendeu ainda a levar a pedra até ao Céu, que a infância se acaba e de repente
se cai nos romances, na angústia inútil, na especulação de outro Céu ao qual também é preciso
aprender a chegar.
E como já se saiu da infância (…) esquece-se que para chegar ao Céu são necessários uma pedra
e a biqueira do sapato, como utensílios básicos."
JULIO CORTAZAR
"O jogo da macaca joga-se com uma pedra que tem de se empurrar com a biqueira do sapato.
Ingredientes: um passeio, uma pedra, um sapato e um belo desenho feito com giz, de
preferência colorido.
O Céu está lá ao fundo e a Terra aqui em baixo, é muito difícil acertar com a pedra no Céu,
calcula-se quase sempre mal e a pedra sai do desenho. Pouco a pouco, no entanto, vai-se
adquirindo a habilidade necessária para acertar em todas as casas (a macaca em caracol,
rectangular, de fantasia, pouco utilizada), e um dia aprende-se a sair da Terra e a levar a pedra
até ao Céu, até chegar ao Céu (…); o problema é que é precisamente nessa altura, quando
quase ninguém aprendeu ainda a levar a pedra até ao Céu, que a infância se acaba e de repente
se cai nos romances, na angústia inútil, na especulação de outro Céu ao qual também é preciso
aprender a chegar.
E como já se saiu da infância (…) esquece-se que para chegar ao Céu são necessários uma pedra
e a biqueira do sapato, como utensílios básicos."
JULIO CORTAZAR
segunda-feira, 30 de janeiro de 2012
Envelhecer
Envelhecer
Uma pessoa envelhece lentamente: primeiro envelhece o seu gosto pela vida e pelas pessoas,
sabes, pouco a pouco torna-se tudo tão real, conhece o sginificado das coisas, tudo se repete
tão terrível e fastidiosamente.
Isso também é velhice.
Quando já sabe que um corpo não é mais que um corpo.
E um homem, coitado, não é mais que um homem, um ser mortal, faça o que fizer...
Depois envelhece o seu corpo; nem tudo ao mesmo tempo, não, primeiro envelhecem os olhos,
ou as pernas, o estômago, ou o coração. Uma pessoa envelhece assim, por partes.
A seguir, de repente, começa a envelhecer a alma: porque por mais enfraquecido e decrépito
que seja o corpo, a alma ainda está repleta de desejos e de recordações, busca e deleita-se,
deseja o prazer. E quando acaba esse desejo de prazer, nada mais resta que as recordações,
ou a vaidade; e então é que se envelhece de verdade, fatal e definitivamente.
Um dia acordas e esfregas os olhos: já não sabes porque acordaste. O que o dia te traz,
conheces tu com exactidão: a Primavera ou o Inverno, os cenários habituais, o tempo, a ordem
da vida.
Não pode acontecer nada de inesperado: não te surpreeende nem o imprevisto, nem o invulgar
ou o horrível, porque conheces todas as probabilidades, tens tudo calculado, já não esperas
nada, nem o bem, nem o mal... e isso é precisamente a velhice.
Sándor Márai in As velas ardem até ao fim
Uma pessoa envelhece lentamente: primeiro envelhece o seu gosto pela vida e pelas pessoas,
sabes, pouco a pouco torna-se tudo tão real, conhece o sginificado das coisas, tudo se repete
tão terrível e fastidiosamente.
Isso também é velhice.
Quando já sabe que um corpo não é mais que um corpo.
E um homem, coitado, não é mais que um homem, um ser mortal, faça o que fizer...
Depois envelhece o seu corpo; nem tudo ao mesmo tempo, não, primeiro envelhecem os olhos,
ou as pernas, o estômago, ou o coração. Uma pessoa envelhece assim, por partes.
A seguir, de repente, começa a envelhecer a alma: porque por mais enfraquecido e decrépito
que seja o corpo, a alma ainda está repleta de desejos e de recordações, busca e deleita-se,
deseja o prazer. E quando acaba esse desejo de prazer, nada mais resta que as recordações,
ou a vaidade; e então é que se envelhece de verdade, fatal e definitivamente.
Um dia acordas e esfregas os olhos: já não sabes porque acordaste. O que o dia te traz,
conheces tu com exactidão: a Primavera ou o Inverno, os cenários habituais, o tempo, a ordem
da vida.
Não pode acontecer nada de inesperado: não te surpreeende nem o imprevisto, nem o invulgar
ou o horrível, porque conheces todas as probabilidades, tens tudo calculado, já não esperas
nada, nem o bem, nem o mal... e isso é precisamente a velhice.
Sándor Márai in As velas ardem até ao fim
sábado, 7 de janeiro de 2012
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