terça-feira, 31 de dezembro de 2013
terça-feira, 24 de dezembro de 2013
2013 em conclusão
ANO DA GRAÇA DE 2013
Foi um ano muito esclarecedor... Deu para ver/perceber melhor como interagem connosco as pessoas que, por circunstâncias várias, cruzam a nossa vida.
Decidi ser alegre e feliz. Contentar-me com o que conquistei e viver a minha vida sem dramas nem tristezas. Preencher cada dia da melhor forma e ser lúdica e otimista na minha forma de estar. Não pensar no futuro que vá para além do que possa prever e dominar. Sempre atenta ao que me rodeia e ao estado de conhecimento a que cheguei em 58 anos de luta pela sobrevivência.
Transformar esse peso (do conhecimento) em proveito próprio para aligeirar dores passadas e presentes e poder olhar a vida sem dramas e/ou medos vários.
Apercebi-me, com o decorrer do ano, que muitas das pessoas com quem convivia não apreciavam de todo esta minha escolha. Achavam até insultuoso que eu, uma zé ninguém sem ter onde cair morta, se atrevesse a ver e a viver a vida desse prisma. Sofri de várias pressões para voltar ao meu estado depressivo e de mal com a vida que sempre me acompanhou.
Resisti. Decidi mesmo retirar do meu convívio, pessoas que com a vida só aprenderam a amargura e a descrença, que são dramáticas e tristes por vocação...
Dessas não rezará a História. A minha história. Que não é boa nem má. É minha.
Percebi, mais uma vez, que jamais devemos abrir vivências e sofrimentos vários a quem não teve a vida preenchida, nem percorreu o mesmo caminho cheio de lutas e derrotas várias mas que me ajudaram a ter o conhecimento que hoje faz parte de mim. Que me moldou e se instalou. Para ficar e me ajudar a ver o mundo desta forma lúcida e responsável.
Tive também algumas ajudas nesta minha ousada escolha. Destaco-as e jamais as esquecerei. Houve pessoas que ajudaram, e muito, o meu ano a atingir os objetivos a q me tinha proposto.
Tive AMIG@S que muito me ajudaram, jamais o vou esquecer e nunca viverei o bastante para lhes agradecer... alguns sem mesmo o saberem... alguns até virtuais. Pessoas com carater, íntegras e honestas.
Devo um agradecimento especial ao Carlos Fausto, à Paula Joyce e à Patrícia. Marcaram este ano positivamente. São pessoas boas, que sabem o que é a amizade e aceitam a diferença de formas de estar na vida e de olhar o mundo.
Consegui sobreviver. De bem comigo e com as minhas escolhas.
Mais próxima de pessoas que me são muito queridas e que fazem parte de mim. Aqui destaco o meu irmão. Gostava de voltar a poder brincar com ele e com os bonequinhos/miniaturas de plástico com q então o entretinha. Um era o Quincas. Era um rato preto com orelhas grandes que não media mais de 3 centimetros. Era especial esse. Tinha carater e vontade própria. Era alegre e ajudava (-nos) a extravasar sentires.
Depois, na hora do soninho e para ele adormecer mais depressa colocava os meus deditos de miúda de 11 anos nos olhitos dele para que não os abrisse e pegasse no sono... Acho que agora também o voltaria a fazer... fechava-lhe os olhitos para que não visse a merda de mundo em que estamos!
Sempre que falamos apetecia-me ter outras realidades para contrapor à lucidez dele... Não tenho. Ninguém tem. Estamos falidos de esperança e de sonhos. Temo-nos, apenas!
Com ele sim que posso fazer confidências: conhece-me bem e todo o caminho que aqui me trouxe. Percorremos juntos uma vida de lutas e de aprendizagens nem sempre fáceis, nem sempre vitoriosas mas sempre muito intensamente vividas e com a nobreza e o carater que tivemos por educação.
Queria que ele tivesse liberdade. Liberdade de poder viver e fazer escolhas como eu fiz. … Escolhas que vou aperfeiçoar e manter nesta jornada de luta que se chama vida.
Enquanto me permitirem viver...............
Obrigada a tod@s os que me lêem e me sentem.
Foi um ano muito esclarecedor... Deu para ver/perceber melhor como interagem connosco as pessoas que, por circunstâncias várias, cruzam a nossa vida.
Decidi ser alegre e feliz. Contentar-me com o que conquistei e viver a minha vida sem dramas nem tristezas. Preencher cada dia da melhor forma e ser lúdica e otimista na minha forma de estar. Não pensar no futuro que vá para além do que possa prever e dominar. Sempre atenta ao que me rodeia e ao estado de conhecimento a que cheguei em 58 anos de luta pela sobrevivência.
Transformar esse peso (do conhecimento) em proveito próprio para aligeirar dores passadas e presentes e poder olhar a vida sem dramas e/ou medos vários.
Apercebi-me, com o decorrer do ano, que muitas das pessoas com quem convivia não apreciavam de todo esta minha escolha. Achavam até insultuoso que eu, uma zé ninguém sem ter onde cair morta, se atrevesse a ver e a viver a vida desse prisma. Sofri de várias pressões para voltar ao meu estado depressivo e de mal com a vida que sempre me acompanhou.
Resisti. Decidi mesmo retirar do meu convívio, pessoas que com a vida só aprenderam a amargura e a descrença, que são dramáticas e tristes por vocação...
Dessas não rezará a História. A minha história. Que não é boa nem má. É minha.
Percebi, mais uma vez, que jamais devemos abrir vivências e sofrimentos vários a quem não teve a vida preenchida, nem percorreu o mesmo caminho cheio de lutas e derrotas várias mas que me ajudaram a ter o conhecimento que hoje faz parte de mim. Que me moldou e se instalou. Para ficar e me ajudar a ver o mundo desta forma lúcida e responsável.
Tive também algumas ajudas nesta minha ousada escolha. Destaco-as e jamais as esquecerei. Houve pessoas que ajudaram, e muito, o meu ano a atingir os objetivos a q me tinha proposto.
Tive AMIG@S que muito me ajudaram, jamais o vou esquecer e nunca viverei o bastante para lhes agradecer... alguns sem mesmo o saberem... alguns até virtuais. Pessoas com carater, íntegras e honestas.
Devo um agradecimento especial ao Carlos Fausto, à Paula Joyce e à Patrícia. Marcaram este ano positivamente. São pessoas boas, que sabem o que é a amizade e aceitam a diferença de formas de estar na vida e de olhar o mundo.
Consegui sobreviver. De bem comigo e com as minhas escolhas.
Mais próxima de pessoas que me são muito queridas e que fazem parte de mim. Aqui destaco o meu irmão. Gostava de voltar a poder brincar com ele e com os bonequinhos/miniaturas de plástico com q então o entretinha. Um era o Quincas. Era um rato preto com orelhas grandes que não media mais de 3 centimetros. Era especial esse. Tinha carater e vontade própria. Era alegre e ajudava (-nos) a extravasar sentires.
Depois, na hora do soninho e para ele adormecer mais depressa colocava os meus deditos de miúda de 11 anos nos olhitos dele para que não os abrisse e pegasse no sono... Acho que agora também o voltaria a fazer... fechava-lhe os olhitos para que não visse a merda de mundo em que estamos!
Sempre que falamos apetecia-me ter outras realidades para contrapor à lucidez dele... Não tenho. Ninguém tem. Estamos falidos de esperança e de sonhos. Temo-nos, apenas!
Com ele sim que posso fazer confidências: conhece-me bem e todo o caminho que aqui me trouxe. Percorremos juntos uma vida de lutas e de aprendizagens nem sempre fáceis, nem sempre vitoriosas mas sempre muito intensamente vividas e com a nobreza e o carater que tivemos por educação.
Queria que ele tivesse liberdade. Liberdade de poder viver e fazer escolhas como eu fiz. … Escolhas que vou aperfeiçoar e manter nesta jornada de luta que se chama vida.
Enquanto me permitirem viver...............
Obrigada a tod@s os que me lêem e me sentem.
quinta-feira, 12 de dezembro de 2013
Het Oude Noorden 2013 - aflevering 4
NO MEU TRABALHO DE VOLUNTARIADO ÁS 2ª, 3ª, 5ª E 6ª em ROTTERDAM NORTE
O filme passa na televisão holandesa.
O patrãozinho explica o q fazemos e eu e @s colegas falamos da nossa satisfação ao poder executar estes trabalhos. São inventados por jovens artistas holandeses e feitos com material reciclado.
É uma magnífica forma de nos sentirmos úteis e de provarmos a nós mesmos e ao estado, que nos atribui um subsídio pelo facto de estarmos sem trabalho remunerado, que não estamos parad@s e somos activ@s cidadãos.
terça-feira, 10 de dezembro de 2013
domingo, 8 de dezembro de 2013
quinta-feira, 5 de dezembro de 2013
segunda-feira, 18 de novembro de 2013
sábado, 9 de novembro de 2013
58 anos
Passa a vida. Passa sim.
Passam os dias, passam os anos e até passam as pessoas q passaram por nós...
Haverá alguma coisa imutável?
Vivo num país livre (?!), como cantou o Chico Buarque... e amo duas lindas gatinhas, que a mim me amam sem pedir nada, ou quase nada!
Afinal, só conseguimos mesmo olhar em volta e apreciar todos os pequeninos pormenores q nos rodeiam quando a subsistência está garantida (...) É sempre mais fácil falar de barriga cheia.
Continuo a lutar, pelos outros e por mim. Porque não sei estar de outra maneira. Porque a miséria quer física quer mental me dói! Muito. Gostava mesmo de ter o poder de mudar a cabeça das pessoas, como consegui mudar a minha ao longo de 58 anos. É muito bom e reconfortante chegar onde cheguei. Mas precisamos sempre de interlocutores para crescermos, aprendermos e usarmos o conhecimento.
Consegui alguns aqui, mesmo com a diferença de línguas, de vivências e de objetivos. Circunstanciais ou não há pessoas que fazem parte do meu dia-a-dia atual que me ouvem, aceitam, admiram ou tão somente me compreendem e são solidárias. Já aprendi algumas coisas muito importantes com elas. Tento sempre dar o melhor de mim, nunca esquecendo os valores que fui alicerçando, e verificando a correção dos mesmos, ao longo destes anos. Há ainda muita gente que não o entende. Lá chegarão. Ou não. Cada pessoa só pode crescer até onde a sua capacidade de ser humano o permite.
Tenho para dar o que cada um souber e quiser ter de mim. Ávida de conhecimento e de aprendizagem vou buscando sempre mais e mais e procurando transmitir tudo o q sei/vejo a quem comigo interage.
No resto, serei sempre uma lua vagabunda.
quinta-feira, 7 de novembro de 2013
domingo, 27 de outubro de 2013
sábado, 26 de outubro de 2013
terça-feira, 1 de outubro de 2013
segunda-feira, 23 de setembro de 2013
domingo, 22 de setembro de 2013
sexta-feira, 20 de setembro de 2013
EU NA HOLANDA
Saí do Porto em 26 de Maio de 2008. Numa manhã em que chovia copiosamente. Vieram 2 amigos comigo, tentar a melhoria das condições de vida, na Holanda. Eu tinha quem me recebesse e onde ficar. Eles, como vinham comigo, tb tiveram. Vim com 100 euros no bolso.
A razão da minha vinda foi a extrema desilusão com o meu país e a falta de perspectivas futuras. Estava desempregada a receber o fundo de desemprego, tinha 52 anos, uma relação afetiva muito desgastada pelos condicionalismos da falta de dinheiro e o facto de acreditar que a minha amiga, q já cá vivia há 3 anos, teria razão quando afirmava que a Holanda "era a minha cara".
Afinal ela conhecia-me bem: era uma longa amizade, que nos unia há dezenas de anos e um percurso em comum durante algum tempo.
Desfiz-me de tudo o q tinha em Portugal. Não tencionava regressar nunca. Voltaria apenas se tivesse condições para trazer para a Holanda as pessoas de quem gostava.
Cheguei 2 dias depois a Rotterdam. De camionete dado q as sacas q trazia (com a minha vida toda lá dentro - como se isso fosse possível...) pesavam demasiado. O que trazia: alguma roupa, alguns livros e alguma da minha música. Os meus cd. O resto dei, distribuí por quem ficou. Coisas mais íntimas deixei com o meu filho, em Bragança (onde ele vive).
A razão da minha vinda foi a extrema desilusão com o meu país e a falta de perspectivas futuras. Estava desempregada a receber o fundo de desemprego, tinha 52 anos, uma relação afetiva muito desgastada pelos condicionalismos da falta de dinheiro e o facto de acreditar que a minha amiga, q já cá vivia há 3 anos, teria razão quando afirmava que a Holanda "era a minha cara".
Afinal ela conhecia-me bem: era uma longa amizade, que nos unia há dezenas de anos e um percurso em comum durante algum tempo.
Desfiz-me de tudo o q tinha em Portugal. Não tencionava regressar nunca. Voltaria apenas se tivesse condições para trazer para a Holanda as pessoas de quem gostava.
Cheguei 2 dias depois a Rotterdam. De camionete dado q as sacas q trazia (com a minha vida toda lá dentro - como se isso fosse possível...) pesavam demasiado. O que trazia: alguma roupa, alguns livros e alguma da minha música. Os meus cd. O resto dei, distribuí por quem ficou. Coisas mais íntimas deixei com o meu filho, em Bragança (onde ele vive).
A minha amiga recebeu-me bem, como era de esperar. Mas aos meus amigos, nem por isso... de facto não pareciam ser vem vindos para ela. Incomodou-me esse facto.
No meu caso, nada tenho a queixar-me para além da forma de vida q ela levava e que não era de todo a que queria para mim. Mas isso eu já sabia. A casa dela era a minha plataforma inicial para arranjar trabalho e um local só para mim.
Tive muita sorte. A 1ª empresa a que me fui oferecer para trabalhar parece q estava à minha espera. Quando viram q falava bem inglês e q me dispunha a trabalhar aos fins de semana, deram-me logo emprego.
Comecei a trabalhar a 4 de Junho de 2008, num Hotel de Rotterdam. Limpezas, claro.
Tinha colegas de trabalho de várias nacionalidades, incluindo portuguesa. Foi fácil a adaptação. Difícil era o trabalho para os meus 52 anos e para os problemas de saúde q já trazia de Portugal. Mas aguentava firme. As colegas eram todas jovens e percebiam a minha dificuldade em várias tarefas. Não tenho razão de queixa de nenhuma. Vidas e objetivos de vida muito diferentes dos meus, mas isso não impedia q me desse sempre bem com todas.
Trabalhava então em 2 hoteis no centro de Rotterdam. Qdo havia mais trabalho num q no outro, a empresa contratante distribuía-nos. São perto um do outro mas com donos diferentes.
O dono de um é holandês. Era antipático, arrogante e grosseiro. Tive algumas falas menos agradáveis com ele. Cheguei a dizer na empresa contratante q não queria trabalhar lá mais.
O outro hotel foi entretanto vendido a chineses. No início de 2009 consegui q o patrão chinês nos fizesse um contrato direto. Trazia-nos muito mais segurança e regalias. Para ele tb era bom porque ficava-lhe mais barato. O manager (tb chinês) conversava imenso comigo. Até me fazia confidências. Não percebia como é q eu trabalhava em limpezas...
Em Portugal fui empregada de escritório, vendedora de seguros, de publicidade, gerente de um centro de explicações, dona de um café, gerente de um bar/restaurante e empregada de mesa. Assim, por esta ordem.
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No meu caso, nada tenho a queixar-me para além da forma de vida q ela levava e que não era de todo a que queria para mim. Mas isso eu já sabia. A casa dela era a minha plataforma inicial para arranjar trabalho e um local só para mim.
Tive muita sorte. A 1ª empresa a que me fui oferecer para trabalhar parece q estava à minha espera. Quando viram q falava bem inglês e q me dispunha a trabalhar aos fins de semana, deram-me logo emprego.
Comecei a trabalhar a 4 de Junho de 2008, num Hotel de Rotterdam. Limpezas, claro.
Tinha colegas de trabalho de várias nacionalidades, incluindo portuguesa. Foi fácil a adaptação. Difícil era o trabalho para os meus 52 anos e para os problemas de saúde q já trazia de Portugal. Mas aguentava firme. As colegas eram todas jovens e percebiam a minha dificuldade em várias tarefas. Não tenho razão de queixa de nenhuma. Vidas e objetivos de vida muito diferentes dos meus, mas isso não impedia q me desse sempre bem com todas.
Trabalhava então em 2 hoteis no centro de Rotterdam. Qdo havia mais trabalho num q no outro, a empresa contratante distribuía-nos. São perto um do outro mas com donos diferentes.
O dono de um é holandês. Era antipático, arrogante e grosseiro. Tive algumas falas menos agradáveis com ele. Cheguei a dizer na empresa contratante q não queria trabalhar lá mais.
O outro hotel foi entretanto vendido a chineses. No início de 2009 consegui q o patrão chinês nos fizesse um contrato direto. Trazia-nos muito mais segurança e regalias. Para ele tb era bom porque ficava-lhe mais barato. O manager (tb chinês) conversava imenso comigo. Até me fazia confidências. Não percebia como é q eu trabalhava em limpezas...
Em Portugal fui empregada de escritório, vendedora de seguros, de publicidade, gerente de um centro de explicações, dona de um café, gerente de um bar/restaurante e empregada de mesa. Assim, por esta ordem.
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No final de Outubro de 2008 voltei a Portugal por uns 15 dias. Com a ideia de dizer ao meu companheiro para vir.
Já tinha saído de casa da minha amiga e alugado um quarto só para mim. Andava satisfeita. Gostava imenso de viver aqui e este era de facto o país onde queria ficar para sempre.
A única dificuldade era a língua. Mas só para coisas oficiais. No Hotel toda a gente falava inglês. Nas lojas tb. Sentia-me feliz e cheia de força.
"Ninguém volta ao que acabou", diz o poeta. E tem razão. Eu voltei. Para mim ainda não tinha acabado... tive uma imensa e profunda desilusão. Para ele já tinha acabado. Recebeu-me bem, como se recebe uma pessoa q vem de visita. Já não pertencia à vida dele e muito menos ao futuro.
Compreendi e desliguei dessa história de um grande amor na minha vida. Durou quase 4 anos. "Foi bonita a festa, pá....". Enterrei essa Manela quando o avião levantou voo para o meu regresso à Holanda. Definitivamente rompi com Portugal.
Havia o meu filho que queria trazer para aqui. Criei condições para isso. Consegui (com muita sorte) uma casa onde morar sozinha. Aluguei-a, disse ao meu filho para vir. Eu tinha trabalho, casa e dinheiro para ambos vivermos bem. Ele havia de arranjar trabalho e fazer cá a vida dele. Ele veio em Fevereiro de 2009, teve 2 meses sem arranjar trabalho. Por fim arranjou (embora precário) mas tinha imensas saudades da namorada. Sentia-o triste e infeliz. Ele punha sempre defeitos a tudo. Disse-lhe q fizesse a escolha dele. Fez. Regressou a Portugal em Agosto. Eu tinha arranjado duas gatinhas manas recém nascidas. Perfilhei-as. Afinal eu amo ser mãe. Gosto de ter de quem cuidar. Gosto de proporcionar felicidade e alegria a quem está comigo. Elas são felizes comigo. Precisam de mim e eu delas.
Já tinha saído de casa da minha amiga e alugado um quarto só para mim. Andava satisfeita. Gostava imenso de viver aqui e este era de facto o país onde queria ficar para sempre.
A única dificuldade era a língua. Mas só para coisas oficiais. No Hotel toda a gente falava inglês. Nas lojas tb. Sentia-me feliz e cheia de força.
"Ninguém volta ao que acabou", diz o poeta. E tem razão. Eu voltei. Para mim ainda não tinha acabado... tive uma imensa e profunda desilusão. Para ele já tinha acabado. Recebeu-me bem, como se recebe uma pessoa q vem de visita. Já não pertencia à vida dele e muito menos ao futuro.
Compreendi e desliguei dessa história de um grande amor na minha vida. Durou quase 4 anos. "Foi bonita a festa, pá....". Enterrei essa Manela quando o avião levantou voo para o meu regresso à Holanda. Definitivamente rompi com Portugal.
Havia o meu filho que queria trazer para aqui. Criei condições para isso. Consegui (com muita sorte) uma casa onde morar sozinha. Aluguei-a, disse ao meu filho para vir. Eu tinha trabalho, casa e dinheiro para ambos vivermos bem. Ele havia de arranjar trabalho e fazer cá a vida dele. Ele veio em Fevereiro de 2009, teve 2 meses sem arranjar trabalho. Por fim arranjou (embora precário) mas tinha imensas saudades da namorada. Sentia-o triste e infeliz. Ele punha sempre defeitos a tudo. Disse-lhe q fizesse a escolha dele. Fez. Regressou a Portugal em Agosto. Eu tinha arranjado duas gatinhas manas recém nascidas. Perfilhei-as. Afinal eu amo ser mãe. Gosto de ter de quem cuidar. Gosto de proporcionar felicidade e alegria a quem está comigo. Elas são felizes comigo. Precisam de mim e eu delas.
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Como era de prever, com tanto trabalho e tão pesado para mim, comecei a ter imensos problemas de saúde. Dores nas costas e crises de ciática. Fiquei em pânico. Senti-me perdida e sem futuro. Que poderia eu fazer?! Entrei em depressão. Profunda. Chorava muito. Fiquei com "baixa". Passei a ser tratada em psiquiatria e psicologia. Mas, estava na Holanda. Aqui não desprezam quem está mal. Tive excelentes médicos. Excelente tratamento. Muitas ajudas de várias instituições e pessoas individuais. Holandeses. Todos me apoiaram e me fizeram sair desse estado.
O psicólogo sobretudo. Após um ano de tratamento - 1º semanalmente, depois quinzenal e por fim mensal, consegui dar-lhe "alta" e ficar BOA. Sim. Completamente curada. Curada de toda uma vida de sofrimento, desilusões e dificuldades monetárias. Nunca vivi bem. Sou filha de gente pobre e trabalhadora e criei um filho desde os 2 anos sózinha e com bastantes dificuldades.
Um passado que ficou definitivamente resolvido com a ajuda do psicólogo.
Aprendi a valorizar tudo o que tenho. A valorizar-me. A ser feliz e a apreciar as pequenas conquistas da minha vida. A olhar o céu. A viver de acordo com a natureza. A ter paz.
O psicólogo sobretudo. Após um ano de tratamento - 1º semanalmente, depois quinzenal e por fim mensal, consegui dar-lhe "alta" e ficar BOA. Sim. Completamente curada. Curada de toda uma vida de sofrimento, desilusões e dificuldades monetárias. Nunca vivi bem. Sou filha de gente pobre e trabalhadora e criei um filho desde os 2 anos sózinha e com bastantes dificuldades.
Um passado que ficou definitivamente resolvido com a ajuda do psicólogo.
Aprendi a valorizar tudo o que tenho. A valorizar-me. A ser feliz e a apreciar as pequenas conquistas da minha vida. A olhar o céu. A viver de acordo com a natureza. A ter paz.
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Apesar de doente nunca deixei de trabalhar. Ofereci-me sempre para voluntariados. Primeiro só tinha um, uma vez por semana. Junto de pessoas com problemas de exclusão social. Drogados e excluídos. Sirvo-os numa instituição q os acolhe. É muito gratificante embora triste........................................ Chamam-me "mamã"....
Mas, era só um dia, queria mais. Fui oferecer-me para outro. Agora estou em ambos. Tenho todos os dias da semana ocupados. Algumas horas, não muitas. Já vou fazer 58 anos....
Gostam de mim. Gosto deles. Gosto do que faço. Gosto dos colegas. Holandeses e de outros países.
Entretanto consegui outra casa, onde moro agora. Bonita. Pequenina. Num 8º andar. Posso olhar o céu e olho. Posso viver em paz com as minhas gatinhas e vivo.
Tenho um subsídio concedido pelo estado para pessoas desempregadas. Não é muito nem é pouco. Consigo viver. Sem luxos mas com qualidade de vida. E sobretudo em paz. Não preciso de muito. Levo uma vida muito calma e recatada. Gosto da minha vida. Passeio muito sozinha. Gosto de andar sozinha. Quando tenho companhia tb é bom. Ando com um rollator. (Fui operada há um ano ao joelho)
Quando posso faço umas mini-férias. Em casa de amigos aqui, ou umas fugidas a outros países em viagens promocionais.
.....................................................................................................
A Holanda é mesmo a minha cara. Gosto da forma de ser dos holandeses. Não fazem perguntas difíceis. Aceitam as diversidades dos outros. São politicamente corretos. Não se metem na vida dos outros. São educados. São solidários se precisares e pedires. São compreensivos. Nunca me senti discriminada nem hostilizada. Só quando digo q sou portuguesa os surpreendo. Não tenho aspeto disso nem o estilo de vida português. Em Portugal tb não tinha. E hostilizavam-me.
Há uma miscelânea de gentes e de culturas neste país que me agrada. Gente de todo o mundo. Modos de ser e estar completamente diferentes e q coabitam e interagem. A Holanda, como o resto do mundo, está em mudança... Não creio q vá para melhor, pelo menos nos próximos anos. Há imensas coisas para corrigir tb aqui. É inevitável.
Não penso no futuro. O futuro é amanhã. É o que vou fazer amanhã. Sou uma inconsciente. Não tenho dinheiro junto, não tenho projetos de vida, não tenho desejos nem frustrações. Quero viver esta minha paz e conseguir transmiti-la a quem quiser. Quero continuar aqui na Holanda. Não tenho país. Este é o meu, agora. Porque aqui me sinto bem.
Não tenho nada a ver com a maioria dos portugueses que vivem na Holanda. Não temos as mesmas necessidades nem os mesmos desejos. Nada tenho contra eles e contra o que querem. Mas não é nada comigo. O que me une aos outros é o desejo de paz, alegria e bem estar. Pontualmente. E isto é independente de nações. É apenas humano. Humanismo e liberdade. Valores universais de justiça e paz.
Mas, era só um dia, queria mais. Fui oferecer-me para outro. Agora estou em ambos. Tenho todos os dias da semana ocupados. Algumas horas, não muitas. Já vou fazer 58 anos....
Gostam de mim. Gosto deles. Gosto do que faço. Gosto dos colegas. Holandeses e de outros países.
Entretanto consegui outra casa, onde moro agora. Bonita. Pequenina. Num 8º andar. Posso olhar o céu e olho. Posso viver em paz com as minhas gatinhas e vivo.
Tenho um subsídio concedido pelo estado para pessoas desempregadas. Não é muito nem é pouco. Consigo viver. Sem luxos mas com qualidade de vida. E sobretudo em paz. Não preciso de muito. Levo uma vida muito calma e recatada. Gosto da minha vida. Passeio muito sozinha. Gosto de andar sozinha. Quando tenho companhia tb é bom. Ando com um rollator. (Fui operada há um ano ao joelho)
Quando posso faço umas mini-férias. Em casa de amigos aqui, ou umas fugidas a outros países em viagens promocionais.
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A Holanda é mesmo a minha cara. Gosto da forma de ser dos holandeses. Não fazem perguntas difíceis. Aceitam as diversidades dos outros. São politicamente corretos. Não se metem na vida dos outros. São educados. São solidários se precisares e pedires. São compreensivos. Nunca me senti discriminada nem hostilizada. Só quando digo q sou portuguesa os surpreendo. Não tenho aspeto disso nem o estilo de vida português. Em Portugal tb não tinha. E hostilizavam-me.
Há uma miscelânea de gentes e de culturas neste país que me agrada. Gente de todo o mundo. Modos de ser e estar completamente diferentes e q coabitam e interagem. A Holanda, como o resto do mundo, está em mudança... Não creio q vá para melhor, pelo menos nos próximos anos. Há imensas coisas para corrigir tb aqui. É inevitável.
Não penso no futuro. O futuro é amanhã. É o que vou fazer amanhã. Sou uma inconsciente. Não tenho dinheiro junto, não tenho projetos de vida, não tenho desejos nem frustrações. Quero viver esta minha paz e conseguir transmiti-la a quem quiser. Quero continuar aqui na Holanda. Não tenho país. Este é o meu, agora. Porque aqui me sinto bem.
Não tenho nada a ver com a maioria dos portugueses que vivem na Holanda. Não temos as mesmas necessidades nem os mesmos desejos. Nada tenho contra eles e contra o que querem. Mas não é nada comigo. O que me une aos outros é o desejo de paz, alegria e bem estar. Pontualmente. E isto é independente de nações. É apenas humano. Humanismo e liberdade. Valores universais de justiça e paz.
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quarta-feira, 17 de julho de 2013
GIETHOORN
CONSIDERADA A VENEZA DA HOLANDA.
É BELÍSSIMA. FOI UM PASSEIO DE SONHO APÓS UM FIM DE SEMANA MUITO BOM EM CASA DE AMIGOS (EM HENGELO)
sexta-feira, 28 de junho de 2013
ESTOU CANSADA!!!!!!!!!!!!!!!
UHF - Vernáculo (para um homem comum)
Estou cansado, pá
Cansado e parado por dentro
Sem vontade de escolher um rumo
Sem vontade de fugir
Sem vontade de ficar
Parei por dentro de mim
Olho à volta e desconheço o sítio
As pessoas, a fala, os movimentos
A tristeza perfilada por horários
Este odor miserável que nos envolve
Como se nada acontecesse
E tudo corresse nos eixos.
Estou cansado destes filhos da puta que vejo passar
Idiotas convencidos
Que um dia um voto lançou pela TV
E se acham a desempenhar uma tarefa magnífica.
Com requinte de filhos da puta
Sabem justificar a corrupção
O deserto das ideias
Os projectos avulso para coisa nenhuma
A sua gentil reforma e as regalias
Esses idiotas que se sentam frente-a-frente no ecrã
À hora do jantar para vomitar
O escabeche de um bolo de palavras sem sentido
Filhos da puta porque se eternizam
Se levam a sério
E nos esmigalham o crânio com as suas banalidades:
O sôtor, vai-me desculpar
O que eu quero é mandá-los cagar
Para um campo de refugiados qualquer
Vê-los de Marlboro entre os dedos a passear o esqueleto
Entre os esqueletos
Naquela mistura de cheiros e cólicas que sufoca
Apenas e só -- sufoca.
Estou cansado
Cansado da rotina
Desta mentira que é a vida
Servida respeitosamente
Com ferrete
Obediente
Obediente.
Estou cansado de viver neste mesmo pequeno país que devoram
Escudados pelas desculpas mais miseráveis
Este charco bafiento onde eles pastam
Gordos que engordam
Ricos que amealham sem parar
Idiotas que gritam
Paneleiros que se agitam de dedo no ar
Filhos da puta a dar a dar
Enquanto dá a teta da vaca do Estado
Nada sabem de história
Nada sabem porque nada lêem além
Da primeira página da Bola
O Notícias a correr
E o Expresso, porque sim!
Nada sabem das ideias do homem
Da democracia
Atenas e Roma
Os Tribunos e as portas abertas
E a ética e o diálogo que inventaram o governo do povo pelo povo
Apenas guardam o circo e amansam as feras
Dão de comer à família até à diarreia
Aceitam a absolvição
E lavam as manápulas na água benta da convivência sã
Desde que todos se sustentem na sustentação do sistema
Contratualizem (oh neologismo) o gado miúdo
Enfatizem o discurso da culpa alheia
Pela esquizofrenia politicamente correcta:
Quando gritam, até parece que se levam a sério
Mas ao fundo, na sacristia de São Bento
O guião escrito é seguido pelas sombras vigentes.
Estou cansado
Cansado da rotina
Desta mentira que é a vida
Servida respeitosamente
Com ferrete
Obediente
Obediente.
Estou farto de abrir a porta de casa e nada estoirar como na televisão
Não era lá longe, era aqui mesmo
Barricadas, armas, pedradas, convulsão
Nada, não há nada
Os borregos, as ovelhas e os cabrões seguem no carreiro
Cmo se nada lhes tocasse -- e não toca
A não ser quando o cinto aperta
Mas em vez da guerra
Fazem contas para manter a fachada:
Ah carneirada, vossos mandantes conhecem-vos pela coragem e pela devoção na gritaria do futebol a três cores
Pelas vitórias morais de quem voa baixinho
E assume discursos inflamados sem tutano.
Estou cansado
Cansado da rotina
Desta mentira que é a vida
Servida respeitosamente
Com ferrete
Obediente
Obediente.
Estou cansado, pá
Sem arte, sem génio, cansado:
Aqui presente está a ementa e o somatório erróneo do desempenho de uma nação
Um abismo prometido
Camuflado por discursos panfletários:
Morte aos velhos!
Morte aos fracos!
Morte a quem exija decência na causa pública!
Morte a quem lhes chama filhos da puta!
- E essa mãe já morreu de sífilis à porta de um hospital.
Mataram os sonhos
Prenderam o luxo das ideias livres
Empanturraram a juventude de teclados para a felicidade
E as famílias de consumo & consumo
Até ao prometido AVC
Que resolve todas as prestações:
Quem casa com um banco vive divinamente feliz
E tem assistência no divórcio a uma taxa moderada pela putibor.
Estou cansado, pá
Da surdez e da surdina
Desta alegria por porra nenhuma
Medida pelo sorriso de vitória do idiota do lado
Quando te entala na fila e passa à frente
É a glória única de muita gente
Uma vida inteira...
Eleitos, cuidem da oratória...
(António Manuel Ribeiro)
* Baseado no poema "Vernáculo" do livro "O Momento a Seguir", edição Sete Caminhos (2006) -- contém expressões do português vernáculo.
Tema incluído no álbum "A Minha Geração" (2013) - editado em 24/06/2013.
quinta-feira, 13 de junho de 2013
4º ANIVERSÁRIO DAS GATINHAS
AS KIT-KAT FAZEM HOJE 4 ANOS.
Os amantes febris e os sábios solitários
Amam de modo igual, na idade da razão,
Os doces e orgulhosos gatos da mansão,
Que como eles têm frio e cismam sedentários.
Amigos da volúpia e devotos da ciência,
Buscam eles o horror da treva e dos mistérios;
Tomara-os Érebo por seus corcéis funéreos,
Se a submissão pudera opor-lhes à insolência.
Sonhando eles assumem a nobre atitude
Da esfinge que no além se funde à infinitude,
Como ao sabor de um sonho que jamais termina;
Os rins em mágicas fagulhas se distendem,
E partículas de ouro, como areia fina,
Suas graves pupilas vagamente acendem.
CHARLES BAUDELAIRE
quinta-feira, 30 de maio de 2013
5 anos na Holanda
Eu. De Maio 2008 a Maio 2013.
5 anos de Holanda - Roterdão
Balanço francamente positivo. Consegui atingir a paz e tranquilidade desejadas.
Não tenho nada de meu... nem sequer o tal de futuro (de que todos falam...) assegurado. Nada mesmo.
Mas consegui este estádio de espírito de me sentir livre, alegre com as pequenas coisas q ensaio diariamente e a viver em plenitude o meu dia-a-dia com um grande sorriso e muita paz.
Este país nunca me maltratou e se ignora a minha existência, pelo menos permite-me viver e comer todos os dias...
Encontrei aqui pessoas simpáticas e de bem com a vida. Holandeses e de outros países. Não do meu... As do meu país q aqui encontrei estão de mal com elas e com a vida... Andam a correr atrás de, sem quererem perceber q só correm atrás de si mesmas... Lamento-as. Queria vê-las a viver a vida e a sentirem-se bem e em paz.
Ter e/ou ser. Eis a questão. É sempre essa a questão... Pobre mundo...
Obrigada Holanda!
quinta-feira, 23 de maio de 2013
terça-feira, 21 de maio de 2013
quinta-feira, 16 de maio de 2013
terça-feira, 14 de maio de 2013
sábado, 11 de maio de 2013
sexta-feira, 10 de maio de 2013
quinta-feira, 9 de maio de 2013
quarta-feira, 8 de maio de 2013
MAIO MADURO MAIO
Amo o mês de Maio. Maio do sol, das árvores, da natureza que desponta e alegra os dias.
Em Maio nasceram pessoas muito importantes na minha vida. O meu irmão (15/5), o meu pai (17/5), o meu melhor Amigo (alma-gémea que já partiu) (10/5), a paixão da minha vida sentimental (10/5) e O MEU FILHO (22/5)
Em Maio nasceram pessoas muito importantes na minha vida. O meu irmão (15/5), o meu pai (17/5), o meu melhor Amigo (alma-gémea que já partiu) (10/5), a paixão da minha vida sentimental (10/5) e O MEU FILHO (22/5)
Em Maio (28/5) cheguei à Holanda - Rotterdam que foi a decisão mais certa e importante que tomei nos últimos anos. Foi há cinco anos.
quinta-feira, 4 de abril de 2013
domingo, 31 de março de 2013
segunda-feira, 25 de março de 2013
domingo, 24 de março de 2013
terça-feira, 19 de março de 2013
PAI
Olá PAI.
Hoje era o teu dia. Falava sempre contigo, ou mandava-te um postalito...
Partiste pq não andavas cá a fazer nada, dizias tu. E tinhas razão. Ninguém tem paciência para um Homem deprimido, triste, doente, cego e sem vontade de viver. Foi melhor assim.
A minha irmã só me deu a notícia após o enterro (cremação). Eu já estava cá na Holanda. Pensou ela em me poupar... tinha-me dito q ele estava muito mal no dia em q ele já estava morto. Pronto. Custou mas aceitei. Claro q aceitei. Sei que ela o fez mesmo por mim. Ainda que eu prefira sempre a verdade. Mas isso sou eu... nem todos somos iguais.
As tuas cinzas foram lançadas no jardim das rosas. E hoje, a minha 2ª rosa amarela apareceu aberta qdo cheguei do trabalho.
A 1ª ofereci a uma amiga que foi avó pela 1ª vez. Pelo netinho.
São os ciclos da vida. Esta é tua, PAI.
Um beijo e olha que com as notícias do país (que não perdias por nada deste mundo) acho mesmo q voltavas a morrer de desgosto... o tal 25 de Abril SEMPRE com q nos saudavamos já era...
domingo, 10 de março de 2013
sexta-feira, 8 de março de 2013
8 de MARÇO
“Certamente que o movimento pelos direitos da mulher quebrou muitas cadeias, mas também forjou novas… Necessitamos desfazermo-nos das nossas velhas tradições e hábitos. O movimento das mulheres só deu ainda o primeiro passo. Esperemos que haja coragem para dar o próximo… A mulher deve aprender essa lição e estar consciente de que a sua liberdade chegará tão depressa quanto for a capacidade para a alcançar. Por isso é mais importante que ela comece com a sua regeneração interior para que se liberte dos peso dos preconceitos, das tradições e dos costumes”.
Emma Goldman
segunda-feira, 4 de março de 2013
domingo, 3 de março de 2013
sábado, 2 de março de 2013
quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013
domingo, 24 de fevereiro de 2013
sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013
terça-feira, 19 de fevereiro de 2013
Silly Symphonies - Birds in the Spring (1933)
TAMBÉM SOMOS 3 IRMÃOS (2 MULHERES E UM HOMEM)... ADIVINHEM LÁ QUAL SOU EU...
segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013
quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013
segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013
ALCIONE Y BETH CARVALHO - Não deixe o samba morrer
CONFESSO QUE QUERIA MESMO DEIXAR O MEU ANEL... mas não vejo a quem...
domingo, 10 de fevereiro de 2013
DE RAUL BRANDÃO:
"... O que há a fazer ao sonho é escondê-lo e recalcá-lo para que nos deixem viver ignorados.
Para que não o escarneçam. Para que os outros - os que não sonham - o não despedacem com uma alegria feroz.
Sonhar é um crime. Há uma altura da vida em que é forçoso escolher - ou o sonho ou a vida prática.
O grande golpe então é matar o sonho e adquirir o hábito das pequenas coisas.
Há quem o estorcegue de repente a uma esquina; há quem leve mais tempo a liquidá-lo, misturando a vida prática com a vida quimérica, tentativa de que só resulta o mais negro despeito.
Creio que todos nascem com um quinhão de sonho, e que, mesmo nos que conseguem aniquilá-lo, há horas em que fixam o olhar num ponto dourado; em que voltam a cabeça com saudade.
... Mas é tarde; a labareda está reduzida a cinzas...
Talvez por isso mesmo odeiem secretamente os outros, os que sonham sempre, os que sonham até à velhice com um ar extravagante de lunáticos, não dando a mínima importância às coisas da vida consideradas importantes.
Pobres e ridículos sonham, e é esse o seu quinhão, melhor ou pior.
Os homens práticos pouco a pouco caem no sorvedouro que os traga e leva como sombras inúteis, enquanto que a caravana dos desgraçados lá segue o seu rumo à parte, de olhar estático, desprezada e secretamente invejada, sob os gritos de maldição..."
in A morte do palhaço de RAUL BRANDÃO
Para que não o escarneçam. Para que os outros - os que não sonham - o não despedacem com uma alegria feroz.
Sonhar é um crime. Há uma altura da vida em que é forçoso escolher - ou o sonho ou a vida prática.
O grande golpe então é matar o sonho e adquirir o hábito das pequenas coisas.
Há quem o estorcegue de repente a uma esquina; há quem leve mais tempo a liquidá-lo, misturando a vida prática com a vida quimérica, tentativa de que só resulta o mais negro despeito.
Creio que todos nascem com um quinhão de sonho, e que, mesmo nos que conseguem aniquilá-lo, há horas em que fixam o olhar num ponto dourado; em que voltam a cabeça com saudade.
... Mas é tarde; a labareda está reduzida a cinzas...
Talvez por isso mesmo odeiem secretamente os outros, os que sonham sempre, os que sonham até à velhice com um ar extravagante de lunáticos, não dando a mínima importância às coisas da vida consideradas importantes.
Pobres e ridículos sonham, e é esse o seu quinhão, melhor ou pior.
Os homens práticos pouco a pouco caem no sorvedouro que os traga e leva como sombras inúteis, enquanto que a caravana dos desgraçados lá segue o seu rumo à parte, de olhar estático, desprezada e secretamente invejada, sob os gritos de maldição..."
in A morte do palhaço de RAUL BRANDÃO
sábado, 9 de fevereiro de 2013
sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013
quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013
TO A GREEN GOD
Green God - Eugénio de Andrade
. Trazia consigo a graça
das fontes quando anoitece.
Era um corpo como um rio
em sereno desafio
com as margens quando desce.
. Andava como quem passa
sem ter tempo de parar.
Ervas nasciam dos passos,
cresciam troncos dos braços
quando os erguia no ar.
. Sorria como quem dança.
E desfolhava ao dançar
o corpo, que lhe tremia
num ritmo que ele sabia
que os deuses devem usar.
. E seguia o seu caminho,
porque era um deus que passava.
Alheio a tudo o que via,
enleado na melodia
duma flauta que tocava. .
das fontes quando anoitece.
Era um corpo como um rio
em sereno desafio
com as margens quando desce.
. Andava como quem passa
sem ter tempo de parar.
Ervas nasciam dos passos,
cresciam troncos dos braços
quando os erguia no ar.
. Sorria como quem dança.
E desfolhava ao dançar
o corpo, que lhe tremia
num ritmo que ele sabia
que os deuses devem usar.
. E seguia o seu caminho,
porque era um deus que passava.
Alheio a tudo o que via,
enleado na melodia
duma flauta que tocava. .
. in "Poesia"
de Eugénio de Andrade
de Eugénio de Andrade
domingo, 3 de fevereiro de 2013
sábado, 2 de fevereiro de 2013
quarta-feira, 30 de janeiro de 2013
domingo, 27 de janeiro de 2013
quinta-feira, 24 de janeiro de 2013
The Soaked Lamb - A Coffin for Two
Um dos mentores da banda é o Afonso Cruz, um multifacetado rapaz que para além de músico, é realizador de filmes de animação, ilustrador, 'produtor de cerveja' e escritor, e que escritor...vejam lá:http://www.publico.pt/cultura/noticia/afonso-cruz-vence-premio-da-uniao-europeia-de-literatura-2012-1566604
quarta-feira, 23 de janeiro de 2013
sexta-feira, 18 de janeiro de 2013
OS PASSARINHOS
Hoje quando fui à rua (aproveitando um intervalo em que não nevava), encontrei 2 passarinhos a conversarem numa árvore. Despida. De preconceitos e de folhas porque é inverno.
Falavam da vida, pois... de que poderiam eles conversar?!
Os dois de cima estavam animados, juntos teciam considerações sobre os outros. Os que não andam juntos. Porque não querem, porque não podem, porque não sabem... o mundo dos porquês.
O de baixo interrompeu-lhes a conversa e o pensamento.
Primeiro olharam-no desconfiados... hummmmmm, nem sequer era igual a eles e... estava sozinho, neste dia de inverno rigoroso ... que palerma.
O de baixo, tinha um ar prazenteiro e sorria. Sim, que os pássaros tb sorriem (se nunca viram é porque nunca observaram pássaros).
Curiosidade? Inveja? Sentido de fraternidade universal? Simplesmente para se entreterem? Atração pelo desconhecido?
Fosse o que fosse, tinham de perceber. Tinham de conversar com ele. Mas, diría ele mesmo o que lhe vai na alma? Ou ía procurar as palavras para descrever a sua vidita?! Sim, pq um pássaro solitário não pode ter uma vida, qdo muito terá uma vidita...
Raio de pássaro que continuava a sorrir... puxa... "deve pensar que tem o rei na barriga"...
Bom, mas vamos ao que interessa. Lá trocaram ideias, opiniões, pois e tal... a vida está má para todos, isto do inverno é mesmo triste e difícil, temos de valorizar o que temos (mesmo qdo não temos nada), que a vida é mesmo isto, lutar e viver o dia-a-dia o melhor q soubermos e blá blá blá... (que os pássaros tb são mestres na arte do palavreado de circunstância).
Pronto. E eu tinha de regressar a casa que o frio não me pernitia continuar parada a ouvi-los...
Ainda olhei para trás a ver se continuavam juntos a conversar, mas não. O solitário já tinha ido embora sempre com aquele sorriso matreiro. Matreiro sim, que eu bem vi!
Gostei de todos e senti-me muito feliz por os ter estado a ouvir e a observar para além de fotografar.
Acho que nem deram pela minha presença...
Ingratos!
Falavam da vida, pois... de que poderiam eles conversar?!
Os dois de cima estavam animados, juntos teciam considerações sobre os outros. Os que não andam juntos. Porque não querem, porque não podem, porque não sabem... o mundo dos porquês.
O de baixo interrompeu-lhes a conversa e o pensamento.
Primeiro olharam-no desconfiados... hummmmmm, nem sequer era igual a eles e... estava sozinho, neste dia de inverno rigoroso ... que palerma.
O de baixo, tinha um ar prazenteiro e sorria. Sim, que os pássaros tb sorriem (se nunca viram é porque nunca observaram pássaros).
Curiosidade? Inveja? Sentido de fraternidade universal? Simplesmente para se entreterem? Atração pelo desconhecido?
Fosse o que fosse, tinham de perceber. Tinham de conversar com ele. Mas, diría ele mesmo o que lhe vai na alma? Ou ía procurar as palavras para descrever a sua vidita?! Sim, pq um pássaro solitário não pode ter uma vida, qdo muito terá uma vidita...
Raio de pássaro que continuava a sorrir... puxa... "deve pensar que tem o rei na barriga"...
Bom, mas vamos ao que interessa. Lá trocaram ideias, opiniões, pois e tal... a vida está má para todos, isto do inverno é mesmo triste e difícil, temos de valorizar o que temos (mesmo qdo não temos nada), que a vida é mesmo isto, lutar e viver o dia-a-dia o melhor q soubermos e blá blá blá... (que os pássaros tb são mestres na arte do palavreado de circunstância).
Pronto. E eu tinha de regressar a casa que o frio não me pernitia continuar parada a ouvi-los...
Ainda olhei para trás a ver se continuavam juntos a conversar, mas não. O solitário já tinha ido embora sempre com aquele sorriso matreiro. Matreiro sim, que eu bem vi!
Gostei de todos e senti-me muito feliz por os ter estado a ouvir e a observar para além de fotografar.
Acho que nem deram pela minha presença...
Ingratos!
quarta-feira, 16 de janeiro de 2013
terça-feira, 15 de janeiro de 2013
sábado, 12 de janeiro de 2013
sexta-feira, 11 de janeiro de 2013
quarta-feira, 9 de janeiro de 2013
terça-feira, 1 de janeiro de 2013
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