Portugal incomunicável Inanimado, amante insustentável Olhos sem pontos de vista Aos molhos, aos cheiros Teimosamente estrangeiros Com asma que estava prevista.
Ó Portugal! Os astros adivinham-te O Mar e o Céu vociferam Os deuses desesperam O vento seco e ligeiro Seca a palha do teu palheiro.
Maria!... Leva-me, embala-me em delícias Beija-me o sonho que tu quiseres ou quisesses Que se eu não fosse e tu dissesses Eu não ia? Ia, ia!
Maria!... Não fiques para tia, Filha-me… Diz-me onde é Que eu vou… Ponho-me de pé E mesmo que seja intragável Adio o inadiável.
Ret(r)ocado e dedicado à minha amiga Manela Martins portuguesa de Roterdão que é como que diz cidadã do mundo pelo sim, pelo não...
Tu e eu temos de permeio a rebeldia que desassossega, a matéria compulsiva dos sentidos. Que ninguém nos dome, que ninguém tente reduzir-nos ao silêncio branco da cinza, pois nós temos fôlegos largos de vento e de névoa para de novo nos erguermos e, sobre o desconsolo dos escombros, formarmos o salto que leva à glória ou à morte, conforme a harmonia dos astros e a regra elementar do destino.